quinta-feira, 30 de julho de 2015

Todo dia vinte e nove gosto de fazer uma reflexão. Há seis meses começava a quimioterapia e como foram tantas aprendizagens que tive nesse tempo, às vezes fica até difícil de lembrar como era antes, ao mesmo tempo, também acho que os meses passaram muito rápido.

O número vinte e nove também tem sido meu número da sorte, foi em um dia vinte e nove que iniciei a quimioterapia, era também aniversário de meu avô nessa data, terminei a quimio um dia depois do dia vinte e nove. Foi também em um dia 29 que o médico disse que meu corpo tinha reagido muito bem ao tratamento. Ontem, além de fazer seis meses que estou em tratamento, foi aniversário também de minha mãe, mais uma feliz coincidência do dia 29.

Iniciei o dia de ontem indo à psicóloga. Gosto muito de conversar com a Laura, me faz bem, sinto -me mais leve. Minha mãe foi comigo, normalmente, ela não me acompanha quando vou à psicóloga, pois é um dia mais leve e que não há necessidade de ir junto, mas ontem íamos depois ao Frei Luiz, então ela foi também. Foi bom ela ter ido comigo, pois me fez companhia em um dia mais tranquilo. Ficamos esperando o atendimento lendo Caras, bebendo chocolate quente e conversando. No fim, já estávamos indo embora do COI, quando entramos no elevador e a Laura também estava lá. Minha mãe não sabia que era a Laura, me perguntou se havia sido bom, se tinha gostado, então mostrei que a pessoa da frente era a psicóloga. A Laura rindo disse, "ela que diga que não gostou" e rimos as três. Foi um aniversário diferente, talvez, marque uma fase de uma relação mais viva.

Depois fui ao tratamento no Frei Luiz, um dia de muita energia. Percebi que foi a primeira vez que me concentrei mais na meditação que temos de fazer antes. Quando entrei na sala, o médium conversou muito comigo sobre meu tratamento. Disse para rezar bastante com muito amor no coração e colocar um copo de água junto e depois beber a água, como se bebesse a saúde. Saí de lá com muito sono, muito cansada. Sei que faz parte do tratamento. Deixamos a "comemoração" do aniversário da minha mãe para sábado.

Terça também fui fazer um ultrassom transvaginal, um exame solicitado pelo médico para operação. Minha mãe marcou esse exame com uma médica conhecida da qual ela gosta muito. Fui meio não querendo ir, mas depois adorei a médica. Acho que a Dra. Sônia me viu nervosa fazendo muitas perguntas, costumo fazer sempre muitas perguntas quando tenho de fazer algo que não sei como é. No fim, ela me disse, "está tudo bem, filha, fica tranquila!" Fiquei muito feliz, saí do Lab´s e sugeri a minha mãe que voltássemos andando para casa, e assim, fomos conversando. A fase tem me feito ser grata por cada coisinha que tem dado certo.

Cheguei ontem em casa e recebi uma encomenda que fiz. É uma forma de agradecer o fim da quimioterapia aos profissionais que me acalmaram, me ajudaram nessa etapa de 8 ciclos que foi concluída há um mês.











domingo, 26 de julho de 2015

Tenho passado bem esses dias, com muita preguiça, por causa do friozinho; uma tosse chata também. Acho que o remedinho que estou tomando tem me feito bem, pois estou me sentindo menos irritada e mais bem disposta. Aos poucos, a quimio vai saindo do corpo, minhas pernas estão doendo menos e a minha memória está muito melhor, andava um pouco esquecida.

Sexta, fui à nutricionista, sem muitas novidades. Está tudo certo! Contei à Patrícia que tive quase uma infecção intestinal ao comer um risoto de camarão, ela disse para comer camarão só em casa. Emagreci apenas um quilo, depois dessa estripulia. Meu peso está ótimo para a meta estabelecida pela nutricionista que é manter. Às vezes, engordo um quilo, depois perco e não passa disso. Voltarei à nutricionista só no fim de setembro, para dar espaço para a cirurgia.

Essa semana farei um exame, marcarei algumas consultas. Enfim, essas coisas chatinhas, mas que precisam ser feitas. Estou tentando agilizar tudo para a cirurgia acontecer logo, ou melhor, no tempo certo.

Sábado, minha amiga Cláudia veio à minha casa, foi ótimo! Conversamos bastante sobre trabalho, doença, superação... Ela contou que uma vizinha dela teve câncer de mama e superou. Depois rezamos juntas, chamei a minha mãe para participar também da oração e senti uma grande paz.

Quando se faz amizade no trabalho, muitas vezes, não se sabe se esse vínculo é pela proximidade do cotidiano ou se é algo mais sólido. Achei a visita dessa minha amiga de uma enorme delicadeza; ela me trouxe dois presentes, tudo de forma tão carinhosa. Junto de sua visita, veio também a certeza de nossa amizade.














Ganhei a Bíblia e o livro que seu marido escreveu.

Ela me deu a Bíblia, disse-me que é o livro em que ela mais acredita, então é o melhor dela que poderia me dar. Super fofo!

O livro de seu marido é uma releitura de um personagem bíblico. Estava querendo mesmo ler algo assim, adorei!


sábado, 18 de julho de 2015

Risoto de camarão



A vida estava muito fácil, então quarta resolvi comer um risoto de camarão rs. Não sei o que me deu na cabeça para achar que meu corpo já estava pronto para comer tanto camarão. Resultado: Passei muito mal! Mas hoje já estou melhor.

Sexta fiquei tão preocupada por ter passado mal que mandei e mail para o médico, liguei também para a enfermeira que trabalha com ele . Acho que Dr. Mauro já deve estar torcendo para meu tratamento acabar logo e eu parar de perturbá-lo. rs

Já é a segunda vez que passo mal com camarão, espero não esquecer mais disso. Tenho que ir devagar com as coisas, meu corpo ainda está se recuperando. Estou cansada de me sentir mal, mas dessa vez fui a culpada.

Fiquei em casa esses dias por conta disso, nem pude sair com a minha irmã e  minha prima. Vou passar um bom tempo atenta à alimentação.



terça-feira, 14 de julho de 2015

Consulta ao mastologista

Finalmente, voltei ao mastologista ontem e começarei a fazer os exames pré- operatórios. Os detalhes da operação Dr. João ainda irá conversar com o cirurgião que opera com ele e com meu oncologista. Dr. João conversou de forma bem otimista e disse que vai decidir com os outros médicos para que seja feito o melhor para mim.

A boa notícia é que ele achou que a quimioterapia deu um bom resultado e estou liberada para operar, porém deve ser só depois do dia 12/08, porque o cirurgião que trabalha com ele está viajando e só chega nesse dia. Ele disse que não tem problema esperar esse tempinho.

Falou também que depois seria bom se operasse o outro peito de forma preventiva, pois teve uma paciente que teve um outro tumor no outro seio e nem ele acreditava que poderia ser câncer de novo. Como confio muito nos médicos que estão me tratando, pretendo fazer o que for melhor, pois o câncer não é uma doença para se subestimar. Quanto mais proteção tiver melhor.

No mais, irei à psicóloga amanhã e já pedi a receita do anti depressivo para o meu médico, pois os efeitos da menopausa estão muito fortes, continuo irritada e se tem remédio para me aliviar, prefiro mesmo tomar. Essa semana, vou tentar ver a yoga e me distrair um pouco.




domingo, 12 de julho de 2015

Hoje resolvi mandar e mail para uma amiga que a vida me deu há oito anos. A primeira pessoa que vi quando entrei na Escola Municipal Alina de Britto em 2007. Nós sempre conseguimos manter a amizade, mesmo com a distância de escolas, temos sonhos parecidos e a Cláudia é uma pessoa muito do bem e especial. Mandei e mail contando tudo e recebi uma resposta tão linda que me fez chorar.


Confesso que li e reli seu e-mail várias vezes. No 1° momento tentei achar que havia recebido por engano  ou que a mensagem não era verdadeira. Depois,  minha emoção lutou bravamente querendo sobrepor a minha razão, mas foi uma tentativa inútil diante do relato apresentado. 
Uma mistura de sentimentos invadiu minha alma. Senti-me medíocre por estar envolvida com as minhas pequenas mazelas e não ter dado conta de fazer leitura desse "hiato" e  "silêncio" nesse período de tempo.
Tentei absorver cada palavra, para tentar compreender, dimensionar e resignificar este momento.Mas, as palavras tomaram forma e concretude. 
Enquanto descortinava as palavras, meus olhos se encheram de lágrimas e desejei estar ao seu lado para abraça-lá e fortalece-la...
Clarissa, quero que saiba que te amo e estarei dobrando os meus joelhos em favor da tua vida.
Seus sonhos não foram adiados, mas apenas redirecionados. A Bíblia nos diz: "Você sabe do fundo do coração e da alma, que nenhuma das boas promessas que o Senhor,  o seu Deus fez deixou de cumprir-se.Todas se cumpriram: nenhuma delas falhou. (Josué 23.14)
Você é muito especial em minha vida e para Deus !
Por favor, compartilhe eu me sinto responsável por você . Você cativou  uma grande amizade em minha vida!
Ligue, escreva, mande sinal de fumaça ou qualquer outra coisa.
Beijos!
Cláudia Pinudo

sábado, 11 de julho de 2015

Já faz onze dias desde a última sessão de quimio, sinto -me cansada; ainda com menos paladar nos alimentos; minha memória também não está muito boa. Essa última foi bem puxada, por ser a oitava, meu intestino demorou a regularizar.

Senti também muitos efeitos da menopausa, dessa vez além do calor, veio uma irritação muito grande e até uma depressão que me fez mandar email para o médico para me receitar um remédio que melhorasse. Ainda estou avaliando se vale a pena tomar anti depressivo pois foi o que me receitou.Tenho de pensar bem, pois tenho uma operação pela frente. Se não tivesse, não cogitaria essa hipótese, iria logo para acupuntura e yoga que , certamente, podem ajudar bastante.

Estressei-me também um pouco com os meus pais, devido a minha irritação. Fui até à praça Saens Pena andando, deve ser uns vinte minutos a pé, no caminho para desestressar, resolvi comprar uma Stella. Essa liberdade de poder andar, embora ainda com dor, e beber uma cerveja me fez bem. Senti a vida, voltando aos poucos. Dessa vez ao comprar a cerveja, na loja de conveniência do posto de gasolina, quando a vendedora perguntou se era para a viagem, respondi logo que não e perguntei se tinha um abridor. Sem a menor vergonha, porque eu merecia.

Meu cabelo já está nascendo, ainda cheio de falhas, por causa da quimioterapia branca, já estou passando Bepantol rss . Cuidar da pele e, principalmente, do cabelo é algo que me alegra bastante, enche-me de expectativas. Felicidade também é pagar a penúltima prestação da minha peruca. Ufa, nem acredito! Comprei também maquiagens novas, apesar de ter passado esses dias bem irritada, passei também maquiada. Qualquer saidinha, já usava toda a maquiagem. rss

Esses dias, conversei também com uma moça chamada Karina que faz tratamento no COI da Barra, ela tem uma página muito legal que é a Beleza do avesso. Ela foi super solícita e simpática, deu várias dicas e falou sobre como foi a operação dela. Ela fez a reconstrução imediata e adorou o resultado. Muito bom trocar experiências! Estou começando a ficar ansiosa e preocupada com a operação. Normal, quem não ficaria?








Hoje almoçamos em Barra de Guaratiba. Não queria tirar foto, reclamei, mas sabia que seria bom registrar o momento. rs

domingo, 5 de julho de 2015

Há uns dias minha amiga Jessica leu o blog, depois fez algumas perguntas. Disse- me  que sentiu falta de alguns relatos mais detalhados, então aí vai uma parte que não relatei bem.

Uma das partes mais difíceis disso tudo, se não foi a mais, foi contar para os meus pais que estava doente. Na verdade, fui ao médico não achando que seria câncer, depois fui fazer um exame e quando descobri, fiquei sem saber como lidar com tudo e fui "empurrando com a barriga"(sim,tenho aprendido com o câncer a resolver e não a empurrar). Não podia esperar, então comecei a quimioterapia e iria contar no decorrer do tratamento, sendo que a quimio é o pior momento,pois você fica muito fragilizada e eu não suportaria vê-los tristes, chorando e tal.

Uma vez, pedi ao meu mastologista para conversar com os meus pais. Então, minha mãe e meu pai foram ao consultório do médico, disse que eles tinham de pegar um exame com ele. Só que eles não entenderam, foram lá e não conseguiram resolver nada. Depois disso, fiquei sem ação.

Meus pais só ficaram sabendo quando tive a minha primeira e única internação em abril, possivelmente, minha imunidade baixou tanto e tive uma infecção por estar tão sozinha. Trabalhava, fazia a minha comida e cuidava de tudo. Até que meu corpo não aguentou. Lembro que estava tão cansada, que até gostei quando recebi comida no hospital. Coisa de doido! Também achei que os primeiros a saber tinham de ser eles, por isso aguentei por meses tudo sozinha, até "surtar."

Acredito também que Deus é perfeito. Colocou-me no hospital descansando, com pessoas para cuidar de mim, nesse momento, eles ficaram sabendo e não precisei vivenciar suas primeiras angústias. Porque é um choque sim! e tem que haver o momento de choro, até para depois ir a luta.

Tenho também que dizer que minha irmã ajudou muito nesse processo, pois ela tem uma amiga que teve câncer de mama, com isso,  conseguiu encarar de forma mais tranquila e dar um grande suporte aos meus pais. Hoje ela lê tanto sobre o assunto como eu. Muitas vezes, me apresenta a blogs que ainda não conhecia. A força da minha irmã foi fundamental nesse momento.

Poderia analisar o porquê disso ter sido tão difícil, mas prefiro pensar no "daqui para frente" e aproveitar as lições e aprendizagens desse renascimento.

Hoje recebi duas amigas em casa e foi ótimo. Mesmo ainda com reações chatinhas, consegui distrair-me. Sem dúvida, pequenos prazeres de se estar mais com pessoas queridas vai ser o que vou levar para o de agora em diante.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Menopausa

Ufa! Que calor é esse que estou sentindo? Achava que era exagero das pessoas que relatavam os efeitos da menopausa forçada no fim do tratamento. Só não acho tão ruim assim, porque, nesse momento, produzir menos hormônio é bom para mim.

Ontem me senti bem enjoada, coisa que não aconteceu quase no decorrer do tratamento. Acho que meu estômago está cansado rs. Hoje estou me sentindo melhor do enjôo, porém um pouco mais cansada, mas estou feliz , assim, os efeitos chatos ficam menores.

Aos poucos estou conseguindo ver tudo com mais naturalidade. Essa semana até contei para uma amiga que vivia me cobrando presença e estive ausente por cinco meses. Uma coisa que até comentei com a psicóloga Laura ontem, é que mesmo com essa distância, essa minha amiga nunca desistiu, eu percebia que sempre reclamava da minha ausência, se aborrecia porque queria me ver e eu relutando. É bom perceber que se tem amigos de verdade. Essa, talvez, seja uma grande aprendizagem que estou tendo com tudo isso.















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