sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Consulta ao oncologista

Quarta voltei ao oncologista, como de práxis, de três em três meses , tenho que reencontrá-lo. Dessa vez, fui um pouco mais tranquila e confiante. Na recepção, conversei com uma moça loira que estava à espera da consulta com o doutor também . Contou - me rapidamente que o c.a dela foi no intestino com metástase não lembro em qual órgão . Falou que a quimioterapia dela não caía cabelo, mas as reações ruins eram iguais e na última ela ficou internada, com isso acabei recordando-me dos perrengues que também passei. Não me incomoda ouvir histórias sobre o câncer , gosto de ouvir para ajudar. Disse que daria tudo certo para gente e assim nos despedimos.

Fiquei relembrando de todas as dificuldade que tive na químio , a internação, por um momento , me emocionei antes de entrar no consultório. Depois fui chamada, conversei bastante com o Dr. Mauro, ele ficou surpreso , pois dia 01/09 fará um ano em que fui operada, parece que o tempo passou mais rápido do que o normal. Não sei se foi porque minha cabeça focou muito no tratamento que não senti tanto a rapidez do passar dos dias.

Ele disse que dei um pouco de trabalho para ele, no início , pois achou que comecei o tratamento bem deprimida. Falou que , em alguns momentos, achou que eu fosse parar o tratamento no meio. Achei interessante ouvir a percepção dele, mas isso nunca passou pela minha cabeça, não tinha escolha , era ir ou ir . Achei surpreendente também ele dizer que me comprimi para ganhar forças , para sair da situação. Não lembro bem a metáfora que usou, mas foi bem bonita. Ele acha que , às vezes, casos assim, são mais bem sucedidos. Acho mesmo que temos de passar por todas as fases, negação, enfrentamento e superação.

De fato, no início foi muito difícil aceitar, tive que parar de trabalhar, voltar a morar com os meus pais, enfim não foi fácil , mas realmente tudo passa, quando estamos no meio do furacão , não acreditamos nisso. Ele me achou bem , me parabenizou . Retorno em novembro .

Vou descansar um pouco , viajar . Finalmente fazer a viagem que faria antes de ficar doente , renovar as forças e a esperança para voltar e fazer os exames que faltam (terei de encarar o temível exame Pet scan)e, principalmente, buscar viver melhor a cada dia. Eis, o grande e inadiável desafio.

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