quarta-feira, 22 de abril de 2015

Consulta à psicóloga

Hoje fui pela primeira vez à psicóloga do lugar que faço tratamento.O nome dela é Laura e foi muito bom conversar com ela.Falamos sobre diversos assuntos, mas acho que o ponto mais interessante que falamos foi sobre a questão emocional do surgimento de um câncer. Me incomoda um pouco essa fala de que uma pessoa tenha tido câncer por questões emocionais. Relatei que quando descobri que estava doente, uma das perguntas que me fiz foi "o que deu errado na minha vida?"
 Ela me explicou que para ocorrer um câncer, o corpo passa por diversas mutações, então ninguém tem apenas por um motivo, é quase um jogo de azar mesmo. O lado emocional, obviamente, pode vir a interferir, no que tange à imunidade ficar baixa ,que é o que acontece, quando uma pessoa não está bem e é só. Só que todo mundo tem tristezas, problemas que geram quedas de imunidade e cada pessoa vai ter (ou não) a doença que está predisposta a ter, seja por problemas hereditários ou deficiências do próprio corpo. No meu caso, acredito que meu problema hormonal tenha sido muito determinante. Li que excesso de estrogênio,  mais uma alimentação rica em carboidratos, acompanhado de sedentarismo podem causar câncer de mama.
Ela me disse que pessoas alegres têm câncer, pessoas tristes, pessoas que passaram por problemas, pessoas que estavam em uma fase ótima têm câncer, pessoas têm câncer e ponto final. Essas pesquisas que querem comprovar que quem guarda ressentimento ou quem guarda seus sentimentos tem probabilidade a ter, têm uma metodologia ridícula e são feitas por quem nunca esteve em uma clínica oncológica.
Na verdade, vi muitos pacientes lendo o livro Anti- câncer, fui uma vez na livraria e achei muito mal  traduzido e desisti de comprar.Acho que foi ótimo não ter comprado.
 Uma frase interessante também que foi dita em nossa conversa por ela foi," ninguém passa em branco por uma experiência dessas" É claro, que quero melhorar minha qualidade de vida, a forma de ver as coisas, mas simplesmente, porque acho que isso é amadurecer. Sei que, em alguns momentos, terei de conviver com o achismo das pessoas que tentarão opinar porque adoeci, mas é libertador conversar com pessoas que me dizem que isso tudo é uma grande besteira e para eu esquecer de tudo isso e pensar apenas no daqui para frente.
Ela achou bom eu trabalhar, pois faz a doença sair de foco, disse que , principalmente, por ser com criança que é um ser vibrante e faz bem. Ela acha também que a quimio branca é mais branda e acredita que eu vá conseguir tirar de letra o trabalho.
Conversar com ela me fez muito bem, retornarei daqui a quinze dias.

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