segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Retorno ao trabalho

Hoje fui à perícia para retornar ao trabalho. Fui um pouco tensa, mesmo sabendo que os meus médicos me apoiaram muito para voltar.

 Depois de uns vinte minutos esperando, uma médica que não conhecia, me chamou. Mal entrei, ela olhou para mim, de uma forma meio ríspida e disse, "quantos anos você tem , minha filha? Respondi "trinta e quatro". Ela continua com o mesmo tom duro e diz "tão nova e já entrando de licença pelo código (não lembro o número ), acredito que seja o código de doenças sérias . Fiz um resumo da minha história e ela disse que era para eu ter calma que vim de uma licença muito longa, ainda continuou, dizendo que meu caso poderia ser de inatividade, oi?! Disse que os meus médicos me apoiaram a voltar a trabalhar. Ela disse para eu voltar dia 05/02 com o papel do médico. Disse para ela que eu poderia voltar no dia seguinte com o papel, ela disse que seria melhor no dia 05.

Saí muito chateada!  Desci, tentei manter a calma. Liguei para a secretária do meu oncologista, mas ele já estava viajando, só conseguiria o papel no dia seguinte com outro médico. Tive a boa ideia de ligar para a minha radioterapeuta e pedi um papel que dissesse que estou apta a trabalhar, pois meu oncologista já tinha me dado um mini relatório, só que não dizia que posso trabalhar e a médica foi tão grossa que achei melhor nem mostrar esse papel para ela.

Fui com o meu pai, até a Barra, pegar o papel. Conversei com a Lilian, minha
 radioterapeuta fofa. Contei para ela as perguntas idiotas que essa médica me fez e ela também achou ridícula a forma que fui tratada .  Ela disse para eu dizer para a médica , "passei por tudo isso e venci". Fiquei melhor com as palavras da Lilian .

Voltei para a perícia , esperei mais um bocado de tempo e fui chamada por um médico . Entrei quase chorando e dizendo que queria voltar a trabalhar e os meus médicos concordavam . Ele disse: " parabéns , enquanto muitos fingem doença para não trabalhar, você quer ." De cara já gostei dele. Ele foi super delicado, disse que acha que o trabalho me fará muito bem e o melhor remédio para mim será a vida, finalmente, me deu alta. Disse que qualquer coisa que precisasse poderia contar com eles, mas que espera que não volte mais lá . Que bom que tive a sorte de pegar um médico humano .

Ah! Enquanto eu passava de carro pelo alto da Boa Vista , para ir à perícia novamente, li em algum muro : " não peça cargas menores a Deus, peça ombros mais fortes. Hoje foi dia de ombro forte.

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